Um pouco da Europa no Brasil


Quando o empresário Flávio Andreis abriu os jardins de sua propriedade de 300 hectares para visitação pública há um ano, não imaginava que criaria um novo destino turístico, em Erval Grande, no norte do Estado. Mescla de passeio e aprendizado, a trilha batizada de Caminhos da Terra é uma aula de botânica.
Um túnel de wisterias (planta trepadeira) abre caminho para uma viagem entre alamedas de grinaldas-de-noiva. O branco das flores vai aos poucos cedendo ao verde de um jardim de oliveiras. A plantação é experimental, mas as pequenas árvores de cinco espécies diferentes já deram os primeiros frutos, que levaram cinco anos para dar o ar da graça.
O caminho que conduz à casa da fazenda é ladeado por azaleias, as mesmas que circundam o primeiro lago. Com espécies nas cores branco, salmão, sulferina e rosa, elas dão lugar aqui e ali aos bancos rústicos, à sombra das extremosas. Neste período do ano, as arvorezinhas ainda estão sem flores, mas, em breve, os cachos rosados formarão uma imagem digna de porta-retratos.

Os jardins da trilha Caminhos da Terra foram compostos para encantar em qualquer estação do ano. No outono, árvores como os liquidambares e as extremosas se vestem de vermelho e forram os gramados com suas folhas, mas é na primavera que eles se tornam mais exuberantes. A maior parte das espécies foi trazida de fora do país, principalmente da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá.
Durante a caminhada, que dura cerca de duas horas e meia, várias surpresas encantam os visitantes, como pessegueiros do paraíso, rododendros e carvalhos. Uma floresta de sequoias, árvores originárias da América do Norte, que podem chegar aos 100 metros de altura, já despontam com mais de 10 metros. No centro de um lago, crescem as taxodium e as flor-de-lótus, que brotam na água.
Um gazebo às margens de outro lago, onde as plantas trepadeiras se enroscam nos pilares, convida para um descanso.
Mas nem tudo é cenário europeu. Uma cascata cercada por helicônias e bromélias garante a presença da vegetação tropical, e uma alameda de plantas japônicas leva a um caminho de reflexão. São cerejeiras japonesas e cedros japoneses, que contornam o lago indicando o caminho até a capela dedicada a Santa Sofia. Dentro do prédio simples e de arquitetura alternativa, usando tijolos crus, madeira reciclada e crucifixos em vidro, a parede atrás do altar desaparece para dar lugar a um grande painel de vidro. Ali, a fé é acrescida pela beleza da natureza criada por Deus e moldada pelo homem.

 

Se depois de fazer a trilha, sentir vontade de levar para casa um pedacinho do jardim, tudo bem. No local há viveiros e é possível comprar mudas das flores e plantas vistas na trilha. Também há artesanato local. O passeio termina no café Caminhos da Terra, onde os grupos podem fazer um lanche rápido com creques suíços de bordas recheadas, salgados e sanduíches, ou então com um café colonial, quando reservado com antecedência. Mas a especialidade são mesmo os cafés quentes, cafés gelados e chocolates, com 23 receitas que lembram bem o doce das flores do jardim. Eles combinam o sabor do café expresso com o bombom, a nutella, a geléia de amora e até a paçoquinha com doce de leite. Um dos mais apreciados é o Expresso Afogatto de Creme, uma receita que une numa só taça café, caramelo, chantilly e sorvete de creme.




Para obter maiores informações:
TRILHA CAMINHOS DA TERRA

KM 21 da Rodovia RSC- 480, Erval Grande
Fone (54)3375-1353
Grupos de 10 a 20 pessoas
R$15 por pessoa






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