Meu Pet gosta de melancia, posso dar sem medo?


Tenho dois yorkshire, que trato igual criança, o Eros está conosco a 5 anos e o Frederico( filho do Eros) a 3 anos, e juntos já passamos muitas coisas, e com certeza são a alegria de nossa casa. Chegar no portão de prédio e não ouvir eles latindo dentro do apartamento pra mim não é nada normal. A festa fica completa quando estou eu e meu marido em casa, pois o desfile acontece pelo sofá da casa, fora a corrida para nos trazer o ursinho e não perder mais tempo para brincar. 
Mas nos últimos dias tenho me perguntado se posso ou não dar melancia, banana, melão e bergamota para meus pequenos. Meu cunhado veterinário disse que não havia nenhuma contra-indicação, mas para garantir fui aprofundar minha pesquisa e encontrei estas dicas.

Frederico, 3 anos.
Eros, 5 anos.


Por que entram vegetais na dieta de cães e gatos?
Eles não são carnívoros?
Embora não seja essencial à dieta dos cães e gatos, a adição de vegetais frescos e variados tem vantagens interessantes: é fonte de fibras, fornece valiosos antioxidantes (nutrientes que combatem o câncer e as inflamações) e uma infinidade de outras substâncias benéficas à saúde e, de modo geral, acrescenta poucas calorias à dieta.
Os gatos, por serem carnívoros estritos, podem consumir uma quantidade ainda menor de legumes e verduras. É por isso que em nossas sugestões de dietas caseiras para gatos entram vegetais em proporção reduzida (cerca de 5 a 10% do total diário de alimentos). Os felinos aproveitam os efeitos positivos das fibras, que facilitam a eliminação das fezes e de bolas de pêlos.
Os cães também são capazes de viver apenas de alimentos de origem animal. Mas na nossa opinião, é uma “pena” privá-los dos vegetais, pois além dos benefícios da ingestão regular de fibras, o organismo canino tem recursos para aproveitar parte dos preciosos nutrientes dos vegetais. Acreditamos também que eliminar os vegetais da dieta dos cães exige um comprometimento ainda maior com a variação das espécies de carnes e vísceras oferecidas, o que pode ser mais difícil de se conseguir num ambiente urbano, já que, na maior parte dos casos, dispomos poucas opções – frango, carne bovina, suína e peixe são as mais fáceis de encontrar e com custo mais baixo no Brasil. Já a ampla disponibilidade de vegetais diversos nos mercados e feiras brasileiros permite variar bastante a dieta, o que aumenta a gama de nutrientes oferecidos e torna as refeições sensorialmente mais interessantes.
Além disso, o acréscimo de vegetais à alimentação canina deixa a dieta mais ecológica e mais barata, já que carnes e vísceras  costumam ser mais caros do boa parte dos legumes.


Que legumes e verduras podem ser oferecidos?

Praticamente todos:
abobrinha
abóbora
aspargos
batata
batata-doce
batata-inglesa (comum)
batata-yacon
berinjela
beterraba
brócolis
cará
cenoura
chuchú
couve-flor
couve manteiga
ervilha fresca (não em conserva)
ervilha-torta
espinafre
inhame
jiló
mandioquinha
manjericão
nabo
palmito
pimentão (todas as cores)
quiabo
rabanete
salsinha
tomate
vagem


Que frutas podem ser oferecidas?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os cães podem comer frutas cítricas. É só não exagerar na quantidade. O estômago dos cães é muito mais ácido do que qualquer fruta!
abacate
abacaxi
ameixa
amora
banana
caju
caqui
figo
framboesa
goiaba
laranja
mamão
manga (sem o caroço)
maçãs (sem as sementes)
melancia
melão
mexerica
morango
polpa de coco
pêra (sem as sementes)

Que legumes, verduras e frutas não devo oferecer?

Cebola e alimentos preparados com cebola – mesmo em pequenas quantidades, o n propil dussulfito das cebolas pode provocar um tipo grave de anemia nos pets
Batatas, inhame, mandioquinha, cará crus – apresentam solamina, uma toxina que pode deprimir o sistema nervoso central e provocar distúrbios gastrointestinais
Batata germinada – ricos em solamina, uma toxina que pode deprimir o sistema nervoso central e provocar distúrbios gastrointestinais
Brotos de batata – uma toxina que pode deprimir o sistema nervoso central e provocar distúrbios gastrointestinais
Pimenta – pode irritar o estômago dos cães
Uva e uva passa – muitos cães adoram uvas e passas, mas elas possuem uma toxina não identificada que pode provocar sérios danos renais aos cães
Carambola - associada danos renais aos cães
Mandioca
Folhas e caules de tomate
Folhas de abacate
Folhas e caules de batata
Ruibarbo
Folha de berinjela
Folha de beterraba


Quanto oferecer?

A quantidade de vegetais e frutas que fará parte da alimentação diária do seu peludo depende da dieta que você escolheu ou que foi receitada para ele. Confira aqui algumas opções de dietas caseiras para animais saudáveis disponíveis aqui no site.
Muitas pessoas oferecem pedacinhos de maçã, banana ou cenoura como forma de premiar os cães durante brincadeiras e sessões de adestramento. Isso é ótimo, mas procure limitar a oferta de petiscos a não mais do que 10% do total de alimentos. Acima disso, desconte da porcentagem total de vegetais a oferecer por dia. Por exemplo: meu Pastor de Shetland deve receber 60 gramas de vegetais por dia, de um total de 240 gramas de alimentos. Se eu quiser oferecer até 10% (24 gramas) de vegetais na forma de petiscos ou lanches, nem preciso descontar do total diário de vegetais. Mas, se eu oferecer a ele 40 gramas de frutas como recompensa durante um treino, servirei apenas 20 gramas de vegetais no almoço ou no jantar dele.


Como preparar e oferecer?


Para que possam digerir adequadamente e aproveitar os nutrientes de legumes e verduras, os cães precisam ingerir esses alimentos como que pré-digeridos. Conseguimos isso triturando esses alimentos até obtermos um “purê” de vegetais, ou cozinhando-os. O calor amolece o alimento e a trituração reduz o tamanho das partículas; ambos facilitam o trabalho da digestão. Legumes triturados não precisam ser cozidos e vice-versa. Existem algumas exceções importantes: legumes da família das batatas, como mandioquinhas, inhames, carás e batatas-doces, precisam sempre ser cozidos. Isso porque batatas cruas contêm uma toxina chamada solamina, que pode causar diarréia nos cães. O calor inativa essa toxina. Outra exceção são as folhas verdes, como o manjericão, a salsinha e a couve-manteiga. Elas devem sempre ser trituradas até se tornarem um “purê”, independentemente de estarem cruas ou cozidas. 

Nós preferimos oferecer folhas verdes trituradas cruas, já que assim retêm mais nutrientes.
Em relação aos demais legumes, veja como fica mais prático para você. Para tornar a Alimentação Natural mais conveniente, muitas pessoas preferem processar de uma vez uma combinação de quatro ou mais legumes crus diferentes, usando um liquidificador ou mixer (processador de alimentos). Com o purê pronto, elas preparam e congelam porções completas de dieta natural para seus cães e gatos para muitos dias, respeitando as proporções informadas em nossas sugestões de cardápios. Outras pessoas preenchem fôrmas de gêlo com o purê de legumes e o congelam desta maneira. 

Assim, basta desenformar um ou mais cubinhos de purê, descongelá-los e servir com o restante da refeição. O preparo e congelamento do purê de vegetais acarreta uma perda nutritiva. Para minimizar isso, mantenha o purê congelado por no máximo 15 dias. Outra opção, para quem deseja oferecer vegetais crus, é processá-los na hora, pouco antes de servir. Essa é a maneira que resulta em menor perda de nutrientes, já que o purê não é submetido a nenhum tratamento por calor ou frio.
Se optar por cozinhar, prefira o cozimento ao vapor por cerca de 15 a 20 minutos, que é o método de cocção que melhor conserva os nutrientes dos alimentos. Se não puder/quiser comprar a panela a vapor, cozinhe os legumes em panela com pouca água e fogo baixo, até que estejam tenros. Não acrescente temperos ou sal – as carnes já fornecem naturalmente um bom teor de sódio.
Passamos dois anos oferecendo os legumes crus (com exceção das batatas/inhame/mandioquinha/cará, que sempre cozinhávamos). 

Atualmente, o que nós fazemos é cozinhar ao vapor os legumes que vamos oferecer no dia. Parece trabalhoso, mas não é. Apenas pico uma combinação de dois a quatro legumes diferentes – ou acrescento-os inteiros, no caso de vagens – coloco tudo na panela a vapor, tampo, e esqueço lá por cerca de 15 a 20 minutos. Monto as refeições dos meus pets e guardo o restante de legumes cozidos na geladeira. Só não cozinho as folhas verdes. Essas ofereço uma vez por semana e sempre as trituro cruas no mixer com um pouco de cenoura ou outro legume para formar um purê consistente.

De modo geral, vegetais crus triturados apresentam nobres nutrientes in natura e enzimas delicadas, o que os torna mais nutritivos. Já os vegetais cozidos apresentam uma perda nutricional, mas são mais palatáveis e, segundo algumas teorias, são melhor aproveitados pelos cães. Opte pelo cozimento ou pela trituração (“purê”) ou alterne os dois métodos.

Em relação às frutas, devem ser oferecidas cruas e, sempre que possível, sem sementes. Se a casca for comestível, nutritiva e atraente ao paladar do cão, como no caso da casca de caqui, figo, maçã e até banana (sim, é muito nutritiva), pode ser oferecida. Já melões, mamões, mangas, etc, devem ser oferecidos sem casca. Muitos proprietários relatam que uma ótima maneira de distrair os cães é oferecer a eles cocos verdes partidos ao meio. Os cães ficam um tempão raspando a polpa do coco e até roem parte da casca.


Recapitulando:
Os legumes precisam ser oferecidos cozidos ou triturados até virarem um “purê” a fim de serem digeridos e aproveitados pelos pets
Batatas, mandioquinhas, inhames, carás e afins devem sempre ser cozidos
Folhas verdes devem sempre ser trituradas ou não serão digeridas
Os demais legumes podem ser triturados ou cozidos, veja como seu pet prefere e como fica mais fácil para você
Para fornecer uma infinidade de nutrientes interessantes, varie ao máximo os legumes e verduras oferecidos

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